Rugido de Recordes
O Rei Leão, o ótimo desenho da Disney, vende 700.000 cópias e puxa o sucesso das fitas infantis
O ainda acanhado mercado brasileiro de vídeos infantis está sendo sacudido por um rugido tonitruante. Posto à venda em locadoras, lojas de departamentos e hipermercados desde o último dia 10, o vídeo do desenho animado O Rei Leão, uma obra-prima dos Estúdios Disney, já era na semana passada o maior sucesso do gênero no país. Contra as 380.000 fitas de Branca de Neve, também da Disney, vendidas no varejo em 1994, recorde até agora, O Rei Leão vendeu aproximadamente 700 000 vídeos às lojas.
Ao preço médio de 20 reais a unidade, essa montanha de fitas está sumindo rapidamente das prateleiras. Até o final do ano, a Abril Vídeo, que comercializa as atrações da Disney, calcula que venderá mais 100 000 fitas de O Rei Leão.
É uma carreira impressionante para uma fita, que nos Estados Unidos deverá vender 40 milhões de unidades até o fim do ano.
O sucesso que o vídeo do leãozinho vem fazendo no Brasil não chega a ser surpresa. No cinema, O Rei Leão já havia criado filas de quarteirão diante dos guichês. O filme, que estreou nos cinemas brasileiros em julho de 1994, foi visto por 5,2 milhões de pessoas. Só sucessos extraordinários como E.T, o Extraterrestre, de Steven Spielberg, batem essa marca. E.T foi visto por 10 milhões de espectadores no Brasil.
Para se ter uma idéia do sucesso de O Rei Leão nas salas de cinema, basta lembrar que um filme do mito nacional Glauber Rocha, no auge de seu transe cinematográfico, era visto por apenas 10 000 pessoas, uma audiência insignificante diante dos 5,2 milhões de espectadores que foram assistir ao desenho da Disney.
O vídeo está tendo uma carreira semelhante. “Parecia disco de Roberto Carlos. Mal colocávamos na prateleira e as pessoas saíram tirando”, comenta Fred Botelho dono de uma das mais completas locadoras de São Paulo. Para Botelho, essa explosão deve-se a dois fatores: em primeiro lugar, à estabilidade econômica decorrente do início do Plano Real. “Mas nada adiantaria que os clientes tivessem mais recursos para gastar num tipo de lazer como o vídeo se as produções fossem ruins. Nos últimos meses, os lançamentos têm sido de melhor qualidade – e O Rei Leão é um ótimo exemplo disso”, opina.
Veja, 03 de maio de 1995